terça-feira, 17 de julho de 2012

ERMIDA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA


ERMIDA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
MATRIZ • LARGO DO ROSÁRIO
EDIFÍCIO ISOLADO
ARQUITECTURA RELIGIOSA
ÉPOCA DE CONSTRUÇÃO INICIAL: SÉC.XVII/SÉC.XVIII





DESCRIÇÃO: Ermida implantada numa pequena plataforma nivelada, murada e elevada em relação à cota da rua formando um adro irregular que envolve as fachadas principal e lateral esquerda. É constituída por dois corpos dispostos em "L": o corpo principal, rectangular, corresponde à nave e o segundo corpo, quadrangular, é um anexo de pequenas dimensões (antiga sacristia?) encostado à fachada lateral esquerda do primeiro. O acesso principal faz-se por uma escada de nove degraus rasgada no adro a eixo da ermida.
A fachada principal está enquadrada por dois cunhais e rematada por um frontão triangular delimitado por uma cornija associada a uma faixa em cantaria. Cada cunhal é encimado por um pináculo e sobre o vértice do frontão há uma cruz em pedra de fabrico mais recente. A porta principal tem, sobre o lintel, um friso rebaixado com três rombos em ponta de diamante que fica embebido na faixa inferior do frontão. Ao eixo do tímpano abre-se um óculo oval. O pequeno campanário, em pedra, ainda conserva o sino e está implantado sobre o extremo direito da fachada lateral esquerda, junto à fachada principal.
No interior, na parede do lado do evangelho, vê-se sucessivamente: uma pia de água benta, em pedra, com a face exterior concheada; um púlpito com a consola em pedra e balaustrada de madeira, acessível por uma escada de madeira encostada à parede; uma porta lateral; dois arcos de comunicação com o anexo (hoje compartimentado). O arco da esquerda é rasgado até ao chão enquanto o da direita é só rasgado até à altura do parapeito. Ambos são de volta inteira, assentam em impostas e os pilares de suporte têm bases salientes que, no arco da direita, assentam no parapeito. Na parede do fundo da nave abre-se um nicho com a dimensão de um arco triunfal (de volta inteira) onde se insere o altar. O tecto é de três esteiras em madeira.
O imóvel é construído em alvenaria de pedra rebocada e pintada de branco, excepto o soco que é pintado de cinzento e os cunhais, as faixas, as cornijas, as molduras dos vãos, o campanário, os elementos decorativos e os arcos internos que são em cantaria à vista. A cobertura é de duas águas, em telha de meia-cana tradicional, com telhão na cumeeira e beiral simples. Uma das águas prolonga-se de modo a cobrir o anexo.
ESTADO DE CONSERVAÇÃO: Razoável
FUNÇÃO INICIAL: Ermida
FUNÇÃO ACTUAL: Capela mortuária
BIBLIOGRAFIA E DOCUMENTAÇÃO DE REFERÊNCIA: "Noticia sobre as igrejas, ermidas e altares da Ilha de S. Miguel", Ernesto do Canto, Insulana, vol. LVI, Instituto Cultural de Ponta Delgada, Ponta Delgada, 2000; Ficha 24-Q do "Inventário do Património Arquitectónico da Ribeira Grande"; Ficha 24-Q do "Plano de Urbanização da Ribeira Grande - Património Construído".
OBSERVAÇÕES: Do lado exterior do muro, junto ao portão de acesso, há uma pequena fonte em pedra.
Esta espécie faz parte de um conjunto edificado.
DATA DE LEVANTAMENTO: 2003-01-22

quarta-feira, 11 de julho de 2012

escola "plano dos centenários" - rossio - capelas


História
O Plano dos Centenários foi lançado pelo governo de Salazar, em 1940, sendo a sua elaboração atribuída a uma Comissão Central que funcionava junto da Direcção-Geral do Ensino Primário do Ministério da Educação Nacional, com representantes dos ministérios do Interior e das Obras Públicas e Comunicações e com a colaboração dos diversos presidentes de câmaras municipais, diretores escolares dos distritos e delegados escolares dos concelhos. O Plano tinha como objetivo abranger a organização e a instalação de todos os estabelecimentos de ensino primário necessários à instrução do Povo Português, de modo que nenhuma criança deixasse de ter escola ao seu alcance e que cada escola tivesse edifício próprio e devidamente apropriado para o seu funcionamento.
A construção das escolas foi levada a cabo pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais do Ministério das Obras Públicas. No âmbito do Plano dos Centenários, até ao final da década de 1950, foram construídos mais de 7000 edifícios escolares novos, que incluíam um total superior a 12 000 salas de aula. A construção de escolas em larga escala continuou até meados da década de 1960. Quase todas as cidades, vilas e aldeias de Portugal passaram a dispôr de uma ou mais escolas do Plano dos Centenários, o que permitiu diminuir acentuadamente o analfabetismo e aumentar o ensino obrigatório de três para quatro anos em 1960 e para seis anos em 1967.
Grande parte das escolas do Plano dos Centenários ainda estão hoje em funcionamento como escolas básicas do 1º ciclo. Na década de 1990, no entanto, muitas delas foram desativadas, por um lado devido à falta de alunos decorrente da desertificação das regiões do interior e por outro no âmbito da política de concentração dos alunos do 1º ciclo doensino básico em escolas de maior dimensão. Algumas das escolas desativadas foram convertidas para outros fins, sendo transformadas em museus, restaurantes, estabelecimento hoteleiros e outros.

Arquitetura
As escolas do Plano dos Centenários, com a sua arquitetura típica, acabaram por se tornar numa imagem de marca de Portugal, existindo pelo menos um exemplar em quase todas as povoações do país.
As escolas foram construídas, segundo o estilo arquitetónico conhecido como "Português Suave, incorporando caraterísticas da arquitetura tradicional. Foram estabelecidas tipologias-base, que seriam adaptadas às condições locais, segundo o número de alunos a receber e o clima da região. Normalmente, cada escola englobava duas ou quatro salas de aula, uma cozinha, instalações sanitárias e um alpendre.
Os projetos, baseavam-se nos projetos-tipo regionalizados de escolas primárias, aprovados pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais em 1935 e elaborados pelos arquitetos Raul Lino e Rogério de Azevedo. O primeiro arquiteto projetou os edifícios destinados às regiões do Sul e o segundo às regiões do Norte. As escolas seriam construídas em série, mas cada escola seria adaptada às caraterísticas da arquitetura local, tendo em conta os materiais aplicados e as condições climatéricas.
Para aplicação ao Plano dos Centenários, os projetos de Raul Lino e de Rogério de Azevedo seriam revistos pelos arquitetos Manuel Fernandes de Sá, Joaquim Areal, Eduardo Moreira dos Santos e Alberto Braga de Sousa.